sábado, novembro 26, 2016

In Memoriam VIII




Indômitos irmãos d'armas:

Fidel Alejandro Castro Ruz foi indubitavelmente o maior líder revolucionário de toda a História da América Latina; um homem que durante mais de meio século encarnou os mais excelsos valores e talantes de nossa gente americana; um tribuno magno da guerra anti-imperialista dos povos da Terra; e, se calhar mais do que qualquer outra coisa, a própria consciência militante das Américas.

Trata-se, com efeito, consoante já dissemos a propósito do falecimento de Hugo Chávez, d'uma perda incomensurável, não somente para o conjunto das forças revolucionárias na América Latina, mas também para os nacional-bolcheviques, evrasianos e partidários da Quarta Teoria Política em todo o mundo.

Caracterizado por um assombroso amálgama entre fé inquebrantável, descortino estratégico, perspicácia tática e idealismo flamejante, Fidel Castro sempre 'combateu o bom combate', seja no plano militar, na esfera da administração pública ou no terreno das ideias. Nos quarenta e sete anos em que esteve à frente do governo de Cuba, nunca transigiu na defesa da soberania, do bem-estar e da liberdade do povo de seu país, e pugnou de forma incansável para que as mesmas conquistas se tornassem patrimônio comum de toda a Humanidade; no último decênio, crepúsculo outonal d'uma vida extraordinária, ainda que restrito ao âmbito da luta ideológica, perseverou na promoção dos mesmos ideais e princípios que marcaram sua atuação política.

Isto posto, declaramos: que para vós se descortinem, infindas e altaneiras, as iridescentes veredas da ARCANA COELESTIA!!!


EXEMPLO VOSSO, LUTA NOSSA!!!




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Ten. Giovanni Drogo

Forte Bastiani

Fronteira Norte - Deserto dos Tártaros

quinta-feira, outubro 20, 2016

Brevíssimas notas sobre a relação entre Teatro e Filosofia

Alphonse van Worden - 1750 AD



- O Teatro pode ser compreendido como a manifestação concreta de dois problemas centrais da Filosofia: IDENTIDADE e REPRESENTAÇÃO.

- A identidade de uma determinada coisa é o que ela simplesmente É. Tal relação, não obstante, nem sempre se estabelece de forma unívoca: a molécula de oxigênio, por exemplo, é sempre idêntica a si mesma, sob qualquer circunstância ou contexto espaço-temporal. Todavia, conceitos como ‘sociedade’ ou ‘justiça’ apresentam uma identidade muito mais problemática, uma vez que se revestem de caráter equívoco e multidimensional. Analogamente, é sumamente difícil determinar a 'identidade', no sentido unívoco do termo, de um indivíduo, já que em cada um de nós converge um feixe multiforme de idéias, sensações, impulsos e sentimentos não raro contraditórios e contrastantes.

- No teatro, esta tragédia da identidade é exercitada de forma exemplar pelo ator, pois este encarna a identidade de uma personagem sem, no entanto, ser ‘idêntico’ a ele, já que sua própria identidade continua presente em cena; forma-se então uma terceira identidade, distinta das anteriores: a do ‘ator enquanto veículo da personagem’.  Forja-se destarte todo um jogo triangular de espelhos que se refletem e se deformam mútua e continuamente.

- O problema da representação, por seu turno, envolve os diferentes modos com que a linguagem, através de diversos arranjos de símbolos e palavras, é capaz de descrever / significar um determinado objeto ou evento. A representação, por mais acurada que seja, jamais será idêntica à realidade que tenciona descrever, o que vige até mesmo no rigoroso universo das teorias científicas; analogamente, ao considerarmos o universo da linguagem, constatamos a presença d’uma distinção substancial entre entidades linguísticas e entidades reais, entre os elementos do discurso e os elementos da realidade. William of Ockham, por exemplo, notável filósofo medieval inglês, afirma não se deve atribuir aos signos (isto é, qualquer sinal gráfico, fonético, etc. criado para representar algum ente real), necessários para descrever e comunicar, nenhuma outra função senão a de representação ou símbolo, cujo significado está em assinalar ou indicar realidades diversas dele.

- O teatro, portanto, também se constitui como tragédia da representação, já que é a tentativa de representar, da forma mais exata possível, contextos e atmosferas, de transfigurar universos conceituais e existenciais, sem que tal intento possa ser levado a efeito em caráter definitivo.

- Com efeito, o dramaturgo, no processo de transcrever para o papel a trama que sua imaginação criou, já está recorrendo a um processo de representação, uma vez que a supracitada trama, organizada e dividida em cenas e atos, não corresponde exatamente ao que antes existia apenas em sua mente. Da mesma maneira, o diretor, ao encenar uma peça, está igualmente levando a efeito um processo de representação, de transposição do texto que tem em mãos para o espaço cênico, envolvendo iluminação, marcações, cenários, trilha sonora, etc. Os atores, por fim, inseridos na concepção que o diretor adota para a montagem de um texto teatral (concepção essa, relembremos, que é apenas uma representação do texto, o qual, por seu turno, é a transcrição do processo mental do dramaturgo), interpretarão / representarão as personagens que lhes forem designadas.

- Trata-se, enfim, d’uma dinâmica em si mesma tão complexa e fascinante que uma figura do porte de Paul Valéry, se calhar o mais importante pensador francês do século XX, sustentava que a observação sistemática dos mecanismos operacionais de sua inteligência era, por si só, mais interessante que o resultado final do próprio processo de criação / representação, até mesmo no que se refere à sua obra poética.   

Tora! Tora! Tora!



Pouco mencionado aqui em nossas plagas, este insólito quarteto nipônico é sem dúvida uma das melhores formações do noise rock nos últimos 20 anos. Formado em 1992 por estudantes do depto. de línguas estrangeiras da Universidade de Tóquio (Yasuko Onuki - vocais / Ichirou Agata - guitarra elétrica, efeitos / Rika mm' - baixo elétrico / Toshiaki Sudoh - bateria), o Melt-Banana existe até hoje, tendo a seu crédito uma discografia das mais interessantes, onde à emblemática blitzkrieg sonora tão característica das vanguardas nipônicas acrescenta-se um notável senso de proporção estrutural.

Parte integrante do mesmo cenário de outros nomes célebres como Ruins e Boredoms, a banda notabilizou-se por sua singularmente criativa reinterpretação do hardcore, onde, à arquetípica velocidade do estilo, agregam-se a atmosfera caótica e fragmentária do rock industrial e a quebradeira esquizoide da no wave. Quem descreve à perfeição a coisa toda é o crítico norte-americano Dan Lett:

"As the subway pulls into Shibuya on the Yamanote Line in Tokyo, nothing can prepare you for the sensory onslaught that awaits. Leaving the station via the Hachiko exit reveals a piercing overload of blinking neon, tennis court-sized media screens, and a relentless and chaotic surge of humanity through the streets that spiral dizzyingly off into the horizon. As a city gripped by paroxysms of furious activity, Tokyo seems to be a very reasonable home for the spasmodic, psychotic hardcore of Melt-Banana."

E é isso mesmo, oh my brothers: Melt Banana é quiçá a melhor transfiguração sonora do rutilante caleidoscópio de imagens e sensações que caracteriza a contemporaneidade japonesa, espécie de 'bomba-relógio sonora' sempre prestes a explodir em velocidade warp, metralhadora giratória disparando para todos os lados múltiplos projéteis de noise concentrado. Merece especial referência a hipercinesia demencial da vocalista Yasuko Onuki, em fascinante contraste com sua eterna aparência de pvteenha hentai; e também o genial Ichirou Agata, que converte sua guitarra numa espécie de sirene alienígena despejando rajadas sucessivas de fúria cauterizante. A 'cozinha', por seu turno, faz o que se espera de uma boa seção rítmica hardcore: simplesmente impulsiona o frenesi melt-bananiano em hyperspeed permanente, dando espaço para que Yasuko e Agata estraçalhem o ouvinte com seu 'teatro da crueldade' sônico.

A banda lançou infinitos singles, ep's e splits, além de, se não me falha a memória, uns 7 ou 8 full lenght. O melhor de sua produção corresponde aos anos entre 1994 e 2000, quando as características acima elencadas atingiram sua mais pura expressão formal; há que conferir especial relevo, contudo, ao segundo álbum dos camaradas: produzido, mixado e gravado por uma trinca de craques (KK. Null, Jim O'Rourke e Steve Albini), Scratch or Stitch não apenas cai sobre o ouvinte como uma verdadeiro ICBM de sonic obliteration, mas também surpreende pela precisão cristalina com que tal engenharia do caos é registrada.

Como de resto ocorre em toda a produção discográfica da fase áurea do Melt-Banana, trata-se d'um álbum extremamente coeso, um bloco monolítico de insanidade sonora onde quiçá não caberia destacar esta ou aquela música; não obstante, contrariando a lógica adrede esposada, é mister ressaltar, em termos de pura truculência schizo-core, peças como Rough Dogs Have Bumps, Buzzer #P, Plot in a Pot, Scratch or Stitch, Iguana in Trouble, Dig Out!, Sick Zip Everywhere e I Hate It!; na esfera dadaísta dos avantêsmicos microtemas psycho-otaku in full effect, Test: Ground 1, Zoo, No Vacancy, Type B for Me e Ten Dollars a Pile; e por fim, como OVNI's abstrusos e inclassificáveis, Eye-Q Trader, Back to the Womb e His Name Is Mickey (At Least She Got Him...).

Em suma, egrégios confrades: BANZAI!!!




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Ten. Giovanni Drogo

Forte Bastiani

Fronteira Norte - Deserto dos Tártaros

segunda-feira, julho 18, 2016

Götterdämmerung in Rio, or do you wanna Ragnarök with me, babe?



No curso de sua longeva e exitosa carreira, o saxofonista alemão Peter Brötzmann recebeu o epíteto de ‘iron lungs’. Trata-se, a meu juízo, de apodo dos mais injustos e inadequados. O ferro, como bem sabeis, oxida, enferruja, quebra; não é o caso de Brötzmann, que permanece inoxidável e inquebrantável do alto de seus veneráveis 75 anos de idade, mandando brasa em seus instrumentos de sopro com o mesmo vigor de um uruk-hai nas forjas de Isengard. Assim sendo, doravante passarei a chamá-lo de Peter 'ADAMANTIUM LUNGS' Brötzmann.

Na apresentação de ontem à noite no agradabilíssimo estúdio Audio Rebel (Botafogo - Rio de Janeiro), o público presente pôde constatar que permanecem intactos os poderes do ciclope germânico como magnetizador do fogo dos deuses; grão-mestre da sustained sonic obliteration; monstrorum artifex da matéria sonora em combustão espontânea; não é preciso, pois, recorrer a artifícios condescendentes como 'lenda viva' ou outras asneiras do mesmo naipe para apreciar o cidadão. De resto, vale sempre frisar que o negócio aqui não é roquinho mequetrefe-geriátrico ou jazzinho emasculado de sala de espera de consultório médico não, putada... É, pelo contrário, uma verdadeira FORÇA DA NATUREZA.

Pois em verdade vos digo, meus filhos: o que tivemos hoje no outrora aristocrático, mas ainda excelso bairro da zona sul carioca, foi Sturm und Drang de primeiríssima ordem. Brötzmann, claro está, dispensa maiores considerações: é um monólito titânico e incomparável de fúria, paixão, caos e lirismo, ionizando a atmosfera com seus leads e solos flamejantes; ou, em outras palavras: é como se as esquadrilhas de Ju 87, Heinkel He 111, Dornier Do 17 e outras valquírias de aço da Legion Condor se amalgamassem num só homem para pulverizar a Guernica das convenções estéticas habituais do jazz.

E a seção rítmica que com ele forma o trio Full Blast também é avassaladora: o baixo pesadíssimo, hiper-saturado e explodindo em tonitruantes frequências graves de Marino Pliakas inequivocamente pertence à ínclita linhagem de figuras como Brian Gibson, Alain Ballaud, Bernard Paganotti e outras deidades lovecraftianas em forma de músico, capazes de transformar as quatro cordas em legítimas armas de destruição em massa; o baterista Michael Wertmüller, por seu turno, com suas viradas à velocidade da luz e explosões concentradas de fuzilaria percussiva, é uma divisão Panzer entrando de sola no gueto de Varsóvia no mais puro estilo none will survive / take no prisoners full mode ON.

Enfim, caríssimos: um evento inolvidável, arrebatador, emocionante, transcendente. Quem viu, viu; e quem não viu, que vá chorar na cama que é lugar quente.



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Ten. Giovanni Drogo 

Forte Bastiani

Fronteira Norte - Deserto dos Tártaros

terça-feira, julho 05, 2016

Dubadelic: considering Time as officially...ended...

Alphonse van Worden - 1750 AD




The cross was a mushroom... and the mushroom was also the Tree of Good and Evil... the philosophical stone of the alchemists was LSD... the Book of the Dead is a trip... the Holy Trinity begins with an opium poppy... and the gnostic gospels describe a mescaline experience... 

The whole Universe is nothing but... a superstition... and every reality is... only an opinion, which turns out be... the high point of nothingness dissolved at the inner void of the SACRED...

The Blessed SOUND of... NOTHING... being dissolved in a swirling, ever evolvin' and never stoppin' neverness of... mystic SOUND...

Yeah, man, you need that bad... fuck all the frequencies, blur all the images, pump up the brain machine, melt your synapses, blow your mind and... turn on, tune in, drop out...

No, this is not the beggining, but only... the END...?

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Enfim, caríssimos confrades... sabem o momento exato em que o reggae deixa de ser reggae, libertando-se do primado da voz, dos sopros e d'outros instrumentos melódicos para se concentrar tão somente na hipnose gerada pela sagrada aliança baixo/bateria, multiplicada ad infinitum em progressão geométrica por sucessivos e cumulativos efeitos de eco, que ricocheteiam uns contra os outros em tonitruante crush collision , reverberam sobre si mesmos e voltam a reproduzir-se indefinidamente em crescente atmosfera de desorientação sônica, gerando novas galáxias turbilhonantes de hipnose rítmica? Acrescente-se a isso samples alienígenas, efeitos eletrônicos estratosféricos e uma atmosfera de caos alucinógeno e o resultado é DUBADELIC. Take it at your own risk, folks, you've been advised
...





domingo, junho 12, 2016

OS HERDEIROS DA TERRA - Gabriel Schmitt




Caros irmãos d'armas: 

Como bem sabeis, as solitárias vigílias cá no Bastiani não raro se revestem dos mais astrosos sobretons. Sob os de Selene ominosos e infrenes eflúvios, pelo tártaros aguardamos, noite após noite, madrugada após madrugada, em espetral silêncio mergulhados, de maiores expetações já destituídos, a matar e a morrer resignados, pois este é o nosso inexorável fado...  

Eis então que o ordenança me entrega uma missiva, a mim dirigida pelo diletíssimo confrade Alphonse van Worden, contendo um poema em prosa lavrado pelo estro de Gabriel Schmitt, núpero e promissor cadete das Legiões Transfinitas; é obra de vigorosa malgrado cuidadosa ourivesaria, prenhe de imagens poderosas e profundas cavilações; desejo, pois, que mediteis atentamente a propósito dela.   

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Ten. Giovanni Drogo 

Forte Bastiani

Fronteira Norte - Deserto dos Tártaros

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OS HERDEIROS DA TERRA 


Gabriel Schmitt

*

Terror! Um horizonte incandescente de infinito terror!
Adiante os estandartes do nosso libertador terrorismo.
Que faz tremer em sincero temor nosso torpe inimigo?

*

Tenacidade! Isto é uma fortaleza de sentinelas, cavaleiros e soldados!
Lunáticos idealistas de sentidos aguçados em vigília intermitente perambulando pelas ruelas de uma cidade sombria.
Devemos realmente resistir a tentação de derramar óleo fervente nos invasores?

*

Tirania! Instauremos o sagrado teísmo da teocracia!
O fútil teatro da democracia extirparemos com os tiros dos fuzis.
Sem titubear deceparemos a cabeça da democracia ocidental?

*

Tragicomédia! Tremulou a bandeira velha do vil cadáver!
Este jaz com a cabeça guilhotinada e os ossos trincados.
Iremos guarda-la numa tétrica tigela e oferta-la a tórridas hordas?

*
Teorias! Inúteis e melindrosas fluindo através do rio da morte!
Esquecidas, mutiladas e jogadas em tenebrosas caldeiras.
Existe alguém para incinera-las nas termas de fogo do inferno?

*
Treva! Eis o destino final do outrora dito invencível inimigo!
Uma tumba desolada e inabitada a qual sol algum jamais tocou.
Rodeada por tímidos e esparsos tributos de velhos cegos?

*
Testemunhem! Uma nova terminologia construída a partir das ruínas decadentes!
Signos solares e símbolos lunares trançados como numa bela cabeleira de mulher.
Formosos troféus em marcha rumo a eternidade transfinita?

*

Teologia! Sem tréguas ou tratados nossas tensões extinguimos!
A tez límpida vislumbra com olhos fixos o absoluto.
Quem deve se tornar herói que irá nos guiar para fora da caverna?

*
Terra! Eis o solo santificado à nossa espera desde os mais prístinos tempos!
Dançaremos ao redor da fogueira do alvorecer ao anoitecer embalados pelo som da música das esferas.
O pão, o vinho, as arvores, o azeite, a oliveira, o crescente, a tocha, a cruz, os monges, os comuns, quantos virão conosco?

*

Que importa? No fim seremos nós a herdar a terra.

quinta-feira, março 24, 2016

Epistolário Transfinito V (excertos...)

Alphonse van Worden - 1750 AD





Desejo sentir a morte, a destruição, o horror e o kaos pulsando em minhas veias, consumindo minha alma, exaltando minha vontade...

Desejo incinerar cidade atrás de cidade, vila atrás de vila, aldeia atrás de aldeia, até que delas nada mais reste senão montículos de cinzas fumegantes...

Desejo massacrar centenas de milhares de civis inocentes, até que deles nada mais reste senão pilhas de ossos calcinados...

Desejo torturar dezenas de milhares de prisioneiros de guerra, até que deles nada mais reste senão postas de carne exangues...

Ibant obscuri sola sub nocte per umbram...

sábado, fevereiro 06, 2016

Breve receita para criar um país digno




 a polícia deve bater nos maloqueiros;

- o povo honrado e trabalhador deve bater nos maloqueiros e nos policiais corruptos a soldo do sistema opressor;

- e todos juntos, até mesmo os maloqueiros, devem bater nos olavetes, esquerdistas pós-modernos e liberais. 

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Ten. Giovanni Drogo 

Forte Bastiani

Fronteira Norte - Deserto dos Tártaros

sexta-feira, fevereiro 05, 2016

Notas de reflexão crítica XXI - sobre o besteirol feminista

Alphonse van Worden - 1750 AD






- Tendo em vista que o chamado 'instinto maternal', tal como as feministas soem afirmar em prosa e verso, não é um dado natural, mas tão somente uma construção social; e ainda que tal construção social se reveste d'um caráter substancialmente opressivo, uma vez que agrilhoa as mulheres ao dever de criar seus filhos com amor e carinho, é mister concluir que nosso querido Murray Rothbard, um dos grão-mestres de ancaps e libertarians em todas as latitudes, formulou a solução perfeita para tão ominoso jugo: o direito de os pais transacionarem livremente seus filhos no mercado.

- Isto posto, humildemente proponho, no esteio do insigne pensador norte-americano, uma solução para o grave problema do amor filial, outrossim uma construção social de índole tirânica, uma vez que cuidar de pais idosos é amiúde um grande estorvo: ao invés de conserva-los em casa, ou até mesmo pagar-lhes um asilo, poderíamos vendê-los ao matadouro mais próximo, ou ainda simplesmente arremessá-los da ponte Rio-Niterói.

- Se o amor entre pais e filhos é essencialmente uma construção social, como explicar o facto, tão corriqueiro e por todos observável, de um bebê instintivamente sorrir e esticar os bracinhos quando vê a mãe?

- Se o amor maternal e o amor filial são 'construções sociais', devemos forçosamente concluir que o amor conjugal outrossim o é, não é verdade? Pois bem: como explicar então a satisfação instintiva, indescritível, que um homem experimenta ao sentir-se amado por uma mulher, e vice-versa?

- Outra coisa: todos reconhecem que os homens são fisicamente mais robustos, mais fortes que as mulheres, correto? É também óbvio que estes terão melhor desempenho que aquelas no que se refere a atividades que exijam vigor físico, não é mesmo? Assim sendo, indago: a preferência no emprego de homens em ofícios que requerem força física será uma 'construção social'?

- E para arrematar, uma pequena provocação, à guisa de food for thought: se o Islã é uma religião essencialmente 'machista', 'opressora', 'cruel', 'medieval', etc., etc., etc., por que então a República Islâmica do Irã é um dos países com maior percentagem em termos mundiais de mulheres estudando em instituições universitárias?

Ah, essas feministas me matam de rir...!