domingo, junho 03, 2018

Sinopse para uma possível continuação de A Clockwork Orange (1962 - livro / 1971 - filme)






Inglaterra, 1985.

Alex DeLarge aos 30 anos de idade. Após toda a experiência traumática com o tratamento Ludovico; a impiedosa vingança da sociedade após seu retorno; a tentativa de suicídio e anos de internação psiquiátrica etc., nosso protagonista resolve que o melhor a fazer seria adquirir uma base intelectual sólida. Não que tivesse a ilusão de que isto fosse dar algum sentido 'maior' a sua vida, muito menos justificá-la; pensa, não obstante, que talvez seja uma maneira de pô-la em perspectiva, de proporcionar foco e direção ao ódio profundo e inexorável que continua a devorar-lhe as entranhas. Assim sendo, solicita a seu grande fiador no seio do governo, o Min. do Interior, que lhe consiga uma bolsa de estudos em sociologia, filosofia, literatura ou psicologia n'alguma boa instituição de ensino no país. Acionando os canais competentes e submetendo Alex aos trâmites e exames acadêmicos necessários, o min. logra inscrevê-lo na prestigiada escola de ciência política da London School of Economics. A vida universitária de nosso herói decerto não seria das mais fáceis. A grade curricular não desperta maior interesse em Alex; em termos de convívio social, a fama pregressa e a postura altiva certamente não lhe granjeiam grande simpatia entre seus pares. Paulatinamente, contudo, Alex começa por vias transversas a descobrir o 'lado negro da força' de seu campo de estudos: aqui e ali, obras de autores como Carl Schmitt, Georges Sorel, Giovanni Gentile, Ernst Jünger, Francis Parker Yockey, Arthur Moeller van den Bruck, Julius Evola etc. começam a cair em suas mãos, além de textos de líderes políticos como Mussolini, Codreanu, Degrelle, Primo de Rivera, Hitler, Goebbels, Ramiro Ledesma Ramos etc. Outrossim descobre, para seu imenso deleite e fascínio, a figura de sir Oswald Mosley, que logo passa a encarar como modelo de conduta e 'patrono' político. 'Last but DEFINITELY not least', coroando esse processo de metanoia, o momento sublime e determinante para o eterno melômano que Alex sempre foi e sempre será: a descoberta do universo de Richard Wagner, com todas as óbvias e importantíssimas consequências que isso poderia ter para alguém como ele. É sem sombra dúvida como a explosão d'uma supernova no imo do espaço sideral: ora a revolta amorfa e caótica que nele sempre fervilhara tem nome, lógica, propósito.

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Inglaterra, 1995. 

Bom, sem mais delongas: Alex conclui seus estudos, obtendo o grau de mestre e por fim o de PHD. Como obviamente jamais se adaptaria ao meio acadêmico (e o novo governo estava determinado a extinguir sua pensão), passa a dar aulas particulares. Sempre carismático, sobremaneira envolvente e sedutor, ao longo d'alguns poucos anos arregimenta não um simples punhado de alunos, mas sim uma verdadeira legião de fervorosos discípulos.

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Inglaterra, ano 2002 em diante.

E assim o processo evolui de forma orgânica, como se correspondesse ao fluxo natural das coisas, a uma dinâmica praticamente inevitável: Alex converte-se em líder d'uma nova organização política, uma espécie de BUF (British Union of Fascists) da era do nacional-bolchevismo (pensei na designação WE LIVE! para o novo movimento). Em pouco tempo o movimento ganha surpreendentes força e notoriedade, alarmando o establishment político britânico e europeu. Surge então a figura do antagonista: Anthony Greenwall, líder do Labour Party. Intelectual progressista de esquerda (multiculturalista, globalista, europeísta, feminista, gayzista, pró-imigrantes, etc. etc. etc.) Greenwall tem também uma motivação pessoal para se opor ao novo líder: é sobrinho do escritor F. Alexander, uma das mais notórias vítimas de Alex e seus droogs nos áureos tempos da ultraviolência. A trama, enfim, se desenvolve como o titânico confronto ideológico, espiritual e psíquico entre Alex e Anthony, cujos desdobramentos obviamente exercerão decisiva influência sobre os destinos da Grã- Bretanha (e, ao fim e ao cabo, do planeta).

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Ten. Giovanni Drogo

Forte Bastiani

Fronteira Norte - Deserto dos Tártaros