sexta-feira, maio 28, 2010

Em louvor ao SANTO CONDESTÁVEL!

Alphonse van Worden - 1750 AD





Caríssimos irmãos d'armas, em verdade vos digo: louvai Dom Nun'Álvares Pereira, o SANTO CONDESTÁVEL (1360 - 1431), ínclito entre os mais ínclitos, egrégio senescal das hostes portuguesas na Batalha d'Aljubarrota, que mesmo inferiores em número e armas, lograram, sob os sacrossantos auspícios da VIRGEM MARIA, inolvidável triunfo sobre as forças de Castela.

Contraindo voto monacal, após a morte de sua esposa, junto à Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, o CONDESTÁVEL encarna à perfeição os mais excelsos princípios da augusta Ordem da CRUZ e da ESPADA.

Ó Dom Nuno, celestino mavorte, em lôbregos lustros ora vivemos: a política contemporânea, sórdido balcão de negócios, 'Reino da Quantidade' e Necrópole do Espírito, à rutilante Lux Aeterna de tua glória não faz jus, excelso Condestável! Há, destarte, que refundar o agir político, lastreá-lo em novos alicerces bases; e um de seus futuros pilares será a perene e celestina aliança entre ECCLESIA ET IMPERIUM, sempiterno ideal de que és, Santo Nuno, um dos mais venerandos paladinos!

Deixo-vos, por fim, diletos confrades, com a narrativa d’um mirífico sucesso ocorrido no momento apical da gesta de Dom Nuno:

(…) Conta-se que na fase mais crítica da batalha e quando já parecia que o exército português iria sofrer uma derrota completa, se deu pela falta de D. Nuno. Quando já se temia o pior, o seu escudeiro foi encontrá-lo em êxtase, ajoelhado a rezar entre dois penedos. Quando o escudeiro aflito lhe chamou a atenção para a batalha que se perdia, o Condestável fez um sinal com a mão a pedir silencio. Novamente chamado á atenção pelo escudeiro, que lhe disse: “Nada de orações, que morremos todos!”. Responde então D. Nuno, suavemente: “Amigo, ainda não é hora. Aguardai um pouco e acabarei de orar.”. Quando acabou de rezar, ergue-se com o rosto iluminado e dando as suas ordens, consegue que se ganhe a batalha de uma forma considerada milagrosa.



terça-feira, maio 18, 2010

Comunidade judaica e República Islâmica do Irã: uma relação de paz e harmonia

Alphonse van Worden - 1750 AD





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Sem comentários adicionais, nobres irmãos d'arnas: assisti à reportagem acima postada, é quanto basta.


sábado, maio 15, 2010

Il Miglior Fabbro



Como bem sabeis, egrégios irmãos d'armas, a partir das primeiras décadas do século XX, numerosos autores e líderes políticos, provenientes de diversos países e contextos culturais (Corneliu Codreanu, Ernst Jünger, Julius Evola, Otto Strasser, Nikolai Ustrialov, Ernst Niekisch, Carl Schmitt, Giovanni Gentile, etc.) começaram a lançar os alicerces filosóficos, espirituais e políticos do que aqui denominaremos de GRANDE SÍNTESE, vale dizer, a ampla convergência entre as principais correntes de pensamento anticapitalistas, antiliberais e antiburguesas, por um lado; e, por outro, as principais tradições esotéricas (mormente as de cunho não-dualista) da revolta gnóstica contra o 'racionalismo político' (iluminismo, liberalismo, 'Sociedade Aberta', marxismo ortodoxo, etc.) ao longo da História.

Devemos também salientar, não obstante, que tal acervo de idéias reverberou, e com grande intensidade, na criação artística do período; e, a esse respeito, não há figura mais emblemática que o poeta, ensaísta e tradutor norte-americano Ezra Loomis Pound (1885 - 1972).

Vero 'Dante Alighieri da Era Industrial', Pound entreteceu, ao longo de sua trajetória - mormente em seus The Cantos (1915 - 1972), painel polifônico onde os titânicos labirintos da História, da Arte e da Literatura se interseccionam continuamente -, uma vastíssima, quase inextricável tapeçaria de alusões lingüísticas, históricas, políticas, geográficas, teológicas e filosóficas, bem como uma cosmovisão católica de índole decididamente antimoderna e Tradicional, condenando com veemência a lógica contábil do 'Reino da Quantidade', ou seja, o primado da Matéria sobre o Espírito, o que se reflete, sobretudo, em sua acerba crítica aos processos de acumulação de capital via especulação financeira.

Tal perspectiva aproximou Pound do regime fascista italiana, o qual defendeu com notável denodo e galhardia de 1924 até o desfecho da II Guerra Mundial.

Destarte, em homenagem ao venerável aedo, convido-vos à leitura de um dos cantos poundianos onde as idéias do autor (outrossim formuladas, obviamente de forma mais sistemática, n'alguns ensaios que escreveu sobre política e economia) emergem de maneira especialmente nítida e eloqüente.  


Canto LXV

With usura hath no man a house of good stone
each block cut smooth and well fitting
that delight might cover their face,


with usura


hath no man a painted paradise on his church wall
harpes et luthes
or where virgin receiveth message
and halo projects from incision,


with usura


seeth no man Gonzaga his heirs and his concubines
no picture is made to endure nor to live with
but it is made to sell and sell quickly


with usura, sin against nature,
is thy bread ever more of stale rags
is thy bread dry as paper,
with no mountain wheat, no strong flour


with usura the line grows thick


with usura is no clear demarcation
and no man can find site for his dwelling
Stone cutter is kept from his stone
weaver is kept from his loom


WITH USURA


wool comes not to market
sheep bringeth no gain with usura
Usura is a murrain, usura
blunteth the needle in the the maid's hand
and stoppeth the spinner's cunning. Pietro Lombardo
came not by usura
Duccio came not by usura
nor Pier della Francesca; Zuan Bellin' not by usura
nor was "La Callunia" painted.
Came not by usura Angelico; came not Ambrogio Praedis,
No church of cut stone signed: Adamo me fecit.
Not by usura St. Trophime
Not by usura St. Hilaire,


Usura rusteth the chisel
It rusteth the craft and the craftsman
It gnaweth the thread in the loom
None learneth to weave gold in her pattern;
Azure hath a canker by usura; cramoisi is unbroidered
Emerald findeth no Memling


Usura slayeth the child in the womb
It stayeth the young man's courting
It hath brought palsey to bed, lyeth
between the young bride and her bridegroom


CONTRA NATURAM


They have brought whores for Eleusis
Corpses are set to banquet


at behest of usura.



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Ten. Giovanni Drogo

Forte Bastiani

Fronteira Norte - Deserto dos Tártaros

sábado, maio 01, 2010

Breve nota sobre a disjunção 'Tradição / Tradicionalistas'

Alphonse van Worden - 1750 AD






Preclaros irmãos d'armas:

Tendo em vista a centralidade do conceito de TRADIÇÃO para qualquer movimento político que se insira no espectro do antiliberalismo, torna-se mister, portanto, para os que comungam de tal acervo de ideias, esboçar algumas considerações a propósito.


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A meu juízo, o que se deveria entender por TRADIÇÃO, no sentido mais lato do termo, é um corpo de doutrinas, saberes, ritos, costumes, normas e ordenamentos que interage continuamente com o Presente, tornando-se, assim, capaz de fecundar o Futuro. Trata-se, pois, d’um processo DIALÓGICO, onde o que FOI flui através do que É para engendrar o que SERÁ.

Por outro lado, defino como ‘tradicionalista’ qualquer perspectiva que, encerrando o legado d’uma determinada tradição numa esfera impermeável, impõe-lhe a fixidez do rigor mortis conceitual e, ao fim e ao cabo, reduzindo-a à condição fóssil, lhe impossibilita qualquer possibilidade de intervenção na História.

A Tradição é, pois, um organismo pleno de energia vital; os ‘tradicionalistas’, por seu turno, elementos que se conformam em fazer a autópsia de um cadáver que, inadvertidamente ou não, eles próprios gestaram.

Transmitida per saecula saeculorum num fluxo permanente, a Tradição é sempre uma força heurística, capaz de propagar-se em novas formas que obedecem a imperativos não raro desconhecidos dos homens comuns e, portanto, acessíveis e compreensíveis tão somente aos grandes iniciados. À guisa de ilustração, podemos afirmar que nada há de mais revolucionário, por exemplo, que o desaparecimento de ínclitas tradições como a nórdica e celta, para a chegada d'uma nova, o Cristianismo, ou também do desaparecimento do brahmanismo para o advento do budismo, e mais tarde da ressurreição do brahmanismo frente ao budismo na Índia. Essa extraordinária dinâmica auto-renovadora da Tradição é ignorada pelos 'tradicionalistas', que não atentam para o facto de que a Tradição, malgrado impessoal, não-humana e além do espaço-tempo, faz uso de meios pessoais e temporais no intuito de indicar à Humanidade as sendas para a realização espiritual.

Cultivar uma Tradição é, portanto, exaltar a presença ativa de sua potência criadora. Destarte, quando, por exemplo, um Marinetti escreve, no manifesto inaugural do Futurismo, que “um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia”; ou que é preciso “destruir os museus, as bibliotecas, as academias de toda natureza”, seria insensato, para não dizer estúpido, tomá-lo ao pé da letra. O célebre escritor italiano estava, na verdade, através de hipérboles deliberadamente caricatas, lançando nas entrelinhas uma sábia advertência: o culto marasmódico a qualquer tradição, por mais pujante que ela possa ser, ocasiona a perda de sua capacidade heurística, transformando-a num orco cinéreo de símbolos mortos e ‘relíquias’ inertes.

Não há, portanto, pior inimigo para a Tradição que o próprio ‘tradicionalista’, que extrai a seiva vital de seu objeto de adoração até convertê-lo num deserto lunar.

Honrar a Tradição significa, enfim, encará-la como força dinâmica, feraz, ‘princípio alquímico’ capaz de amalgamar passado, presente e futuro para lograr o ETERNO.

Ode a Antônio Conselheiro




Ode a Antônio Conselheiro


Labirintos da História, Espirais Oníricas, Vórtices de Fé! O estratosférico Êxtase da Morte, Massacres, Guerras, Guerrilhas, Levantes, Revoluções, Ecclesia et Imperium, salto Temerário na Escuridão Inefável, e assim, ínclita síntese já nas Trovas de Bandarra predita, o Sertão virou Mar, e o Mar virou Sertão!

A Vitória final do Avatar Sagrado, o Advento do Terrível Destino, sob a égide de El-Rei Dom Sebastião, que legará o mirífico Reino da Sublimação Universal aos deserdados da Terra, e destinará Aos tormentos do Inferno aqueles que, sob a égide da ímpia República, subverteram os sempiternos ritos da Tradição

Não tememos a morte, pois já estamos mortos; combatemos no Tempo, mas Vivemos na Eternidade. É a ressurreição dos Heróis, a revolta do Coração contra a Ditadura da Razão, que humilhará a ciência dos ‘civilizados’, arrojará Fogo sobre a Terra e submeterá os que não têm sede alguma de realização espiritual

A GUERRA, derradeira oportunidade para o homem contemporâneo, ser avesso ao Substrato transcendente que lastreia seus mais atávicos alicerces, elevar-se à Olímpica esfera das virtudes do Guerreiro Santo, para quem o combate tem Sua Recompensa em si mesmo, ‘inda que não coroado pela vitória

Dimensão cósmica que se projeta na ETERNIDADE, onde triunfaremos sobre os Sicários do 'Reino da Quantidade', sombras voláteis e fugidias do ‘Agora’, Submetidas ao fluxo errático e transitório do TEMPO, pois, como reza venerável saga dos augustos filhos de Oðinn, “a fidelidade é mais forte do que o fogo”

Imbuir-se d'uma disposição d’alma que envolve, em última instância, a Fome do Absoluto; o esquecimento de si mesmo no ‘Vale do Aniquilamento’; precipitar-se No turbilhão flamejante das paixões Revolucionárias; engajar-se nos horizontes da Revolta messiânica além do inconsciente cósmico

Antônio Conselheiro içou âncora, enfunaram-se as velas, fez-se ao mar... Resignado A matar e a morrer, o admirável coração tranqüilo, a espada violenta, singrando Vasto Oceano, onde a Lux Aeterna se desintegra em reflexos crepusculares... Pois "Navegar é Preciso", mesmo sendo árduo o périplo, incerto o fado...

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Ten. Giovanni Drogo

Forte Bastiani

Fronteira Norte - Deserto dos Tártaros