terça-feira, setembro 14, 2021

Crônicas do Novo Normal - I: a propósito do bichano y do imunizante




Esta nossa indigitada Terra de Santa Cruz é mesmo um país deveras... singular, em y por tudo sui generis.

Senão vejamos: estava hoje este vosso humílimo confrade, cidadão pacato y ordeiro que é, num posto de vacinação situado no outrora idílico y bucólico bairro do Jardim Botânico, sentado calmamente à espera de sua republicana y salvífica (oh glória... 🙄) dose de imunizante Pfizer, enquanto uma diligente y abnegada enfermeira preenchia o comprovante y preparava a ampola, quando um lépido y faceiro felino ex nihilo aboletou-se em meu colo.

Após recuperar-me do óbvio sobressalto suscitado pela inusitada ocorrência, notei que o ronronante y madraço bichano esfregava sua cabeça em meu regaço, nitidamente à espera de afagos, no que foi aliás prontamente atendido. A enfermeira, de nome Marli, então manifestou-se, sorridente: “uma gracinha, né?? É o Davi. Todo mundo aqui adora ele! E ele pelo visto gostou do senhor, nunca tinha visto fazer isso antes, pular no colo de um estranho!”. Ainda um tanto quanto perplexo, pude tão somente murmurar algumas palavras de constrangido assentimento, enquanto recebia minha cívica y científica vacina.

Moral da história: ao que tudo indica, eu não apenas não tinha o direito de expressar qualquer sentimento de inconformismo com o ocorrido (sem que se possa atribuir ‘responsabilidade’ alguma ao simpático y meigo animalzinho, claro está), vale dizer, a insólita y porventura um tanto quanto antisséptica presença de um gato zanzando por entre caixas de medicamentos, como deveria, antes pelo contrário, me sentir agraciado, dir-se-ia até mesmo abençoado, c/ o facto de ter sido o distinto alvo dos protestos da mais elevada estima y consideração de messire felis catus Davi...

MAS ENFEEEM...


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Ten. Giovanni Drogo

Forte Bastiani

Fronteira Norte / Deserto dos Tártaros