domingo, junho 07, 2009

Breve nota a propósito das próximas eleições presidenciais na República Islâmica do Irã

Alphonse van Worden - 1750 AD




Estimados irmãos d'armas:

Na próxima sexta-feira, dia 12 de junho, realizar-se-á o primeiro turno das eleições presidenciais na República Islâmica do Irã.

O pleito será, se calhar, um tanto quanto acirrado: além da dupla de candidatos 'reformistas' (leia-se: 'capitulacionistas' pró-Ocidente), o presidente Ahmadinejad terá como concorrente no campo 'conservador' (denominação empregue pelo habitual newspeak dos psitacídeos da mídia, é claro, pois na verdade trata-se do campo REVOLUCIONÁRIO) um ex-comandante das Pasdaran, Mohsen Rezael; trata-se, portanto, d'um nome provavelmente forte junto às forças armadas.

De acordo com as últimas pesquisas eleitorais, Ahmadinejad é apontado como favorito à reeleição; não é fácil, todavia, especular sobre a correlação de forças hoje predominante tanto na Assembléia dos Estudiosos quanto no Conselho dos Guardiões da Revolução. Certamente prevalecem os setores favoráveis ao processo revolucionário inaugurado em 1979, mas é possível que alguns clérigos sintam-se inclinados a apoiar Moussavi. Com efeito, tanto a Assembléia dos Estudiosos (ou 'Especialistas') quanto o Conselho dos Guardiões parecem estar ainda um pouco indecisos sobre o rumo a seguir, e é muito difícil 'tomar-lhes o pulso'. Destarte, dada a ascendência moral e espiritual, em suma, o grande respeito e consideração que esses veneráveis clérigos inspiram junto à maioria da população, as opiniões que emitem, ou pelo menos os 'sinais' que deixam transparecer, são de capital importância para o desfecho do pleito. O objetivo, caso s uma tendência 'renovadora' tome corpo, seria tão somente modificar, claro, a 'face pública' do regime, já que o poder de facto e de direito* FELIZMENTE está seguro em boas mãos, com a sabedoria, coragem que caracterizam a liderança do Ayatullah Khamenei.

Acredito, com fervorosa convicção, que prevalecerá o campo dos que se pautam pela defesa incondicional dos gloriosos ideais de Khomeini, mas Ahmadinejad não pode subestimar os movimentos de seus traiçoeiros adversários.

Por fim, particularmente torço pela reeleição de Mahmoud Ahmadinejad; não obstante, na remota hipótese de Rezael ser o vencedor, também ficarei satisfeito, ínclitos confrades.



* O ítem 10 do artigo 110 da Constituição da República Islâmica do Irã, que trata das funções e poderes atribuídos ao LÍDER SUPREMO, d'entre os quais inclui-se o poder de exonerar o Presidente da República:

10. Exoneração do Presidente da República, em nome dos interesses da nação, após a Suprema Corte tê-lo julgado culpado de violação de seus deveres constitucionais, ou então após votação da Assembléia Consultiva Islâmica, atestando sua incompetência para o exercício do cargo com base nos termos do artigo 89.

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