Alphonse van Worden - 1750 AD
Proponho-vos aqui, diletos confrades, uma espécie de enquete. Antes de respondê-la, não obstante, convém esclarecer os critérios que pautaram a escolha feita.
a) Em primeiro lugar, o que denomino como 'modelo de conduta intelectual' é um indivíduo capaz de articular exemplarmente as 6 virtudes que reputo como cardeais no exercício da atividade intelectual:
Criatividade
Rigor
Ousadia
Prudência
Clareza
Profundidade
Vale dizer que a excelência intelectual é alcançada justamente pela coordenação entre os elementos supracitados, de maneira que em geral não adianta o indivíduo notabilizar-se no exercício de um ou dois deles e ser sofrível nos demais; isto se deve, vale dizer, ao facto de cada um deles, caso desfrute de primazia exagerada em relação aos demais, pode degenerar em contrafação simiesca. Senão vejamos: a criatividade, quando não lastreada pelo rigor conceitual, pode facilmente degenerar em charlatanismo ou mero 'fogo de artifício' verbal; analogamente, o rigor conceitual, se desprovido de criatividade, degenera em rigor mortis intelectual, esterilidade improfícua. A ousadia, por seu turno, se liberta estiver das necessárias amarras da prudência, corre o risco de se converter em sensacionalismo temerário; e a prudência, outrossim, quando não estimulada eventualmente pela ousadia, pode degenerar em mediocridade timorata; a clareza, por fim, se exercida sem concurso da profundidade, pode se perverter em superficialidade; e a profundidade, se não matizada pela clareza, não raro degenera em obscurantismo.
Assim sendo, cada um de meus eleitos corresponde, quero crer, a um paradigma de articulação das virtudes adrede elencadas.
b) A meu juízo, um 'modelo de conduta intelectual' deve ser, antes de mais nada, alguém que possamos ao menos emular; ora, tão somente podemos seguir o exemplo de alguém com quem outrossim possamos nos identificar. Destarte, creio ser sumamente difícil adotarmos como parâmetros de excelência intelectual figuras remotas como um Platão, um Aristóteles, um Tomás de Aquino ou um Isaac Newton, tendo em vista serem pensadores que atuaram em contextos visceralmente diferentes do que vivemos. De maneira que a proximidade cronológica me parece ser um fator de suma importância na eleição em pauta.
Isto posto, eis aqueles que, ao longo dos anos, têm sido meus principais modelos de conduta intelectual:
Carl Schmitt
Paul Valéry
Jorge Luís Borges
Proponho-vos aqui, diletos confrades, uma espécie de enquete. Antes de respondê-la, não obstante, convém esclarecer os critérios que pautaram a escolha feita.
a) Em primeiro lugar, o que denomino como 'modelo de conduta intelectual' é um indivíduo capaz de articular exemplarmente as 6 virtudes que reputo como cardeais no exercício da atividade intelectual:
Criatividade
Rigor
Ousadia
Prudência
Clareza
Profundidade
Vale dizer que a excelência intelectual é alcançada justamente pela coordenação entre os elementos supracitados, de maneira que em geral não adianta o indivíduo notabilizar-se no exercício de um ou dois deles e ser sofrível nos demais; isto se deve, vale dizer, ao facto de cada um deles, caso desfrute de primazia exagerada em relação aos demais, pode degenerar em contrafação simiesca. Senão vejamos: a criatividade, quando não lastreada pelo rigor conceitual, pode facilmente degenerar em charlatanismo ou mero 'fogo de artifício' verbal; analogamente, o rigor conceitual, se desprovido de criatividade, degenera em rigor mortis intelectual, esterilidade improfícua. A ousadia, por seu turno, se liberta estiver das necessárias amarras da prudência, corre o risco de se converter em sensacionalismo temerário; e a prudência, outrossim, quando não estimulada eventualmente pela ousadia, pode degenerar em mediocridade timorata; a clareza, por fim, se exercida sem concurso da profundidade, pode se perverter em superficialidade; e a profundidade, se não matizada pela clareza, não raro degenera em obscurantismo.
Assim sendo, cada um de meus eleitos corresponde, quero crer, a um paradigma de articulação das virtudes adrede elencadas.
b) A meu juízo, um 'modelo de conduta intelectual' deve ser, antes de mais nada, alguém que possamos ao menos emular; ora, tão somente podemos seguir o exemplo de alguém com quem outrossim possamos nos identificar. Destarte, creio ser sumamente difícil adotarmos como parâmetros de excelência intelectual figuras remotas como um Platão, um Aristóteles, um Tomás de Aquino ou um Isaac Newton, tendo em vista serem pensadores que atuaram em contextos visceralmente diferentes do que vivemos. De maneira que a proximidade cronológica me parece ser um fator de suma importância na eleição em pauta.
Isto posto, eis aqueles que, ao longo dos anos, têm sido meus principais modelos de conduta intelectual:
Carl Schmitt
Paul Valéry
Jorge Luís Borges
1 comentário:
quello che stavo cercando, grazie
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