Alphonse van Worden - 1750 AD
- Conceber, de forma clara e inequívoca, que tanto o socialismo quanto o liberalismo são tão somente as 'duas cabeças de Janus' do pior inimigo da Humanidade: o Iluminismo.
- Ter em mente que a oposição entre 'fascismo / nacional socialismo' - 'bolchevismo' já não possui hoje mais qualquer sentido, uma vez que se estribava em circunstâncias transitórias de índole política, econômica e cultural irrelevantes no mundo contemporâneo.
- Compreender o profundo elo metafísico que une as supracitadas perspectivas ideológicas: a ‘revolta do Coração contra a Razão’ (Dugin), do impulso romântico-messiânico e do sentido atávico da existência contra os falsos ídolos da razão. Lutar, portanto, pela superação da falsa dicotomia entre 'esquerda' e 'direita', que gerou as grandes tragédias políticas e militares da modernidade.
- Estudar, na medida do possível, o pensamento de numerosos autores e líderes políticos, provenientes de diversos países e contextos culturais (Corneliu Codreanu, Ernst Jünger, Julius Evola, Otto Strasser, Nikolai Ustrialov, Ernst Niekisch, Carl Schmitt, Giovanni Gentile, etc.), que começaram a lançar, já nas primeiras décadas do século XX, os alicerces filosóficos, espirituais e políticos desta ampla convergência entre grandes as correntes de pensamento anticapitalistas e antiburguesas, por um lado; e por outro, as principais tradições esotéricas da revolta irracionalista contra a 'Sociedade Aberta' ao longo da História.
- Pugnar contra o grande obstáculo no que concerne à materialização de nosso projeto, isto é, o facto de que expressiva parcela dos movimentos políticos contemporâneos, tanto à esquerda quanto à direita, não consegue romper com o
rigor mortis dos esquematismos ideológicos, com a fixidez estéril dos dogmatismos monocromáticos.
- Ter a ciência de que admirar / advogar uma determinada característica / elemento de uma corrente ou regime político, NÃO significa que o indivíduo seja obrigado a, inexorável e necessariamente, ‘comprar’ o ‘pacote completo’ da perspectiva ideológica adjacente.
- Entender, d’uma vez por todas, que os sistemas ideológicos ‘fechados’ (comunismo, socialismo, anarquismo, fascismo, liberalismo, etc.) fracassaram redondamente, e já não correspondem às demandas e tarefas do presente. É preciso refundar todo o agir político em novas bases, incorporando o que há de aproveitável em cada perspectiva, e descartando o restante.
- Perceber que o Nacional-Bolchevismo não é apenas um movimento político, mas também parte integrante de um vasto e ambicioso esforço de compreensão do que há de mais recôndito, de mais arcano, de mais primordial, de mais fatal e inexorável em cada cultura; ou seja, do substrato simbólico, dos arquétipos fundamentais, dos mitos fundadores de cada civilização, com o fito de encontrar o 'elo perdido' na aurora da História, a remota unidade transcendente entre todas as grandes Tradições orientais e ocidentais. E tal processo envolve a busca pela seiva vital das tradições culturas e civilizações de índole telurocrática e / ou eurasiana, isto é, dos complexos civilizacionais cujos alicerces mais profundos vão de encontro ao 'atlantismo' talassocrático, à 'Sociedade Aberta', ao iluminismo, ao liberalismo e ao socialismo marxista.
- Incorporar o ideário distributivista de Chesterton e Belloc - perspectica que preconiza que os meios de produção devem pertencer ao maior número de indivíduos possível, e não permanecer sob o controle d'uma minoria proprietária (tal como no capitalismo), ou então sob a égide de um estamento gerencial (conforme ocorre no socialismo) – como ponto de partida para a concepção de um modelo de organização social alternativo.
-Estar de olhos abertos para a análise e incorporação de processos políticos revolucionários fora do horizonte ocidental. Exemplo emblemático: a Revolução Islâmica no Irã, quando o
Ayatollah Khomeini, em lugar de canalizar politicamente o Islã para fazer a revolução iraniana, ou seja, fazer uso da religião para agir politicamente, lançou mão da política para atuar religiosamente em prol da regeneração espiritual e moral de seu país.
- Absorver uma sábia lição ministrada pelo pensador alemão Carl Schmitt: a distinção, de origem iluminista, entre ‘esfera privada’ (onde o cidadão poderia professar o credo que bem entendesse), de um lado, e uma ‘esfera pública’ (onde o cidadão deveria observar o pensamento oficialmente adotada pelo Estado), de outro, abriu espaço para o advento do liberalismo político, cujo centro de gravidade é justamente a conquista de garantias jurídicas para o exercício das liberdades individuais, em detrimento do raio de alcance do poder estatal. Hoje podemos de sobejo verificar quão precisa foi a diagnose schmittiana: a ‘atuação indireta’ empreendida pelos diversos movimentos de ação política (ONG’s, sindicatos, movimentos de ‘ação afirmativa’,
lobbies empresariais, etc.) ligados à ‘Sociedade Civil’ organizada - ‘indireta’ por formalmente ser levada a efeito fora da esfera específica dos mecanismos e instâncias do aparato estatal (muito embora não raro nele inseridos, mormente por intermédio da via parlamentar) -, acaba por beneficiar-se da ausência de responsabilidade institucional inevitavelmente associada à ação de Estado. Tal circunstância permite, pois, aos supracitados movimentos usufruir de todas as ‘vantagens’ relacionadas ao exercício do poder e, simultaneamente, evitar o ônus que inexoravelmente recai sobre as autoridades constituídas.
- Compreender, por fim, a estreita ligação entre a filosofia do Nacional-Bolchevismo e o universo do
Traditionswelt descrito por autores como o italiano Julius Evola. Trata-se, com efeito, da visão de mundo de um homem que vai decididamente de encontro ao caráter utilitário, pragmático e 'quantificável' da modernidade, em nome dos valores perenes d'uma Ordem transcendente, atemporal. É, portanto, a contraposição essencial, transfigurada em conflito político, entre a dimensão contingente, transitória, cambiável e finita do TEMPO e a esfera necessária, permanente, imutável e infinita da ETERNIDADE; ou então, nos termos d'uma belíssima declaração do líder
taliban,
Mullah Omar ("Não tememos a morte, pois já estamos mortos; assim sendo, combatemos no Tempo, mas vivemos na Eternidade"), do confronto entre 'guerreiros santos' sublimados pela
lux aeterna da Tradição, e vacilantes 'homens ocos' (TS Eliot) sob a égide do materialismo espiritual do Ocidente contemporâneo, seres avessos ao substrato mítico e religioso que lastreia seus alicerces históricos e culturais, em ruptura flagrante com as raízes mais atávicas de sua própria existência.